Neste capítulo 3 sobre as perspectivas de ensino: caracterização e evolução, são mos dadas a principais perspectivas de ensino das ciências.
Ensino por transmissão (EPT)
Tem como finalidade a construção de conceitos, atitudes e valores, onde o professor pode transmitir ideias pensadas por si próprio ou por outros (conteúdos) aos alunos que as armazenam sequencialmente no seu cérebro.
O professor assume um papel tutelar excedendo a sua autoridade graças à competência científica, enquanto o aluno é passivo, é visto como um receptor da informação.
O ensino centra-se nos conteúdos, tendo o seu fulcro em exposições orais do professor, tornando-se uma pedagogia repetitiva o que vai fazer com que os alunos percam a motivação. A avaliação é do tipo normativa, confundindo-se com a classificação.
Ensino por descoberta (EPD)
Tem como finalidade a compreensão de processos científicos e a ênfase na instrução onde para isso tenta-se que todo o conhecimento derive exclusivamente da experiência, o que faz com que o conhecimento científico seja visto como sendo acumulativo, linear, invariável e universal.
As actividades experimentais existentes são do tipo indutivo.
Os alunos aprendem os conteúdos científicos com a descoberta das ideias indutivamente a partir de factos observáveis, com isto os professores assumem um papel de organizador das situações de aprendizagem direccionando as “descobertas” a fazer pelos alunos, sendo assim o aluno torna-se um “aluno cientista”.
A avaliação centra-se nos processos científicos.
Ensino para a Mudança Conceptual (EMC)
Tem como finalidade a mudança de conceitos e a ênfase na instrução. Parte das concepções alternativas dos alunos funcionando os conteúdos como meio de aprendizagem para promover a mudança de conceitos, através da superação de conflitos cognitivos, existe uma sequência no percurso de mudança conceptual. O facto de o aluno errar assume um papel positivo, sendo um facto de progresso do conhecimento científico.
O professor diagnostica concepções alternativas dos alunos e a partir destas organiza estratégias de conflito cognitivo para promover a aprendizagem adequadas. O aluno como construtor da sua aprendizagem conceptual, aqui muito valorizada.
A avaliação é formativa e sumativa, centrada nos conceitos.
Ensino por pesquisa (EPP)
Tem como finalidade a construção de conceitos, competências, atitudes e valores e a ênfase na educação.
Nesta perspectiva de ensino, o professor o papel de problematizador de saberes e como organizador de processos de partilha, interacção e reflexão crítica, ou seja, promove debates sobre situações problemáticas, fomentando a criatividade e envolvimento dos alunos. O aluno com esta perspectiva assume um papel activo e de pesquisa, onde faz reflexões críticas cobre as suas maneiras de pensar, agir e sentir.
Aqui o estudo de problemas abertos é sempre possível e isto cativa o interesse dos alunos, estes problemas sai feitos em grupo ou em cooperação inter-grupos, valorizando-se as actividades inter e transdisciplinares.
A avaliação da aprendizagem engloba conceitos, capacidades, atitudes e valores é também parte integrante do ensino e organiza-se em ciclos de avaliação.
Depois de ler um pouco de cada perspectiva de ensino, na minha opinião a que mais valoriza a aprendizagem e ajuda o aluno a interagir e a compreender a matéria leccionada será o EPP, ensino por pesquisa. Por parte dos professores há um acompanhamento e uma ajuda em organizar os conceitos, enquanto o aluno tem um papel activo em que pesquisa e descobre por si próprio novos conceitos e assim adquire melhor a matéria.
Bibliografia
Cachapuz, A., Praia, J., & Jorge, M. (2002). Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências. Lisboa: Ministério da Educação.
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